Carla Franco
Eu não sou uma qualquer
nem tampouco princesa
sou fúria sou brisa
vigor e leveza
hoje destemperada
amanhã sou perdão
Nem bela nem recatada
nem bruxa nem santa
sou da pá virada
sou uma, sou tantas
a pele da flor,
borboleta e vulcão
Diante do fogo eu não me amedronto
não quero confronto mas não peço arrego
se é pra ter luta eu não vim pra brincar
Quem hoje me vê chorando
tampouco suspeita
que no outro dia eu acordo refeita
nascida do vento
e da força de Oyá
Sou mulher
eu sou aldeia
sou corpo cortejo
sou concentração
sou teia
Sou terreiro
sou quilombo
sou bloco sou trupe
sou multidão
sou bando
Não, eu não sou fim de noite
sou a nova estrofe
e sei de cantigas que espantam a morte
sou a carne viva
a que veio pra amar
Quem ousa me decifrar
perde num labirinto
a resposta que tenta aclarar meu instinto
eu sou a pergunta
eu não vou me explicar
Diante do fogo eu não me amedronto
não quero confronto mas não peço arrego
se é pra ter luta eu não vim pra brincar
Quem hoje me vê chorando
tampouco suspeita
que no outro dia eu acordo refeita
nascida do vento
e da força de Oyá
Sou mulher
eu sou aldeia
sou corpo cortejo
sou concentração
sou teia
Sou terreiro
sou quilombo
sou bloco sou trupe
sou multidão
sou bando
Nos dias 07, 08 e 09 de julho de 2022, acontecerá na Praça da República em São Simão, o 27º FESICA – Festival Simonense da Canção, com entrada gratuita.
por Renata Robazza
Mohap Digital
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